Outra carta.
Seria esta a derradeira não fosse o medo que sempre tive de a abrir.
Como podes reparar esta coisa a que chamamos vida tem uma mecânica própria que sempre nos transcenderá, pelo menos enquanto por aqui.
Qual mecanismo de rodas dentadas... e isto é iconografia do horizonte, ou já era, noutra era – será mito aquela coisa cerebral? – muito azul de sarja operária, puída ...
Qual mecanismo de rodas dentadas onde duas meras peças engrenadas... onde um dos dentes se encontra esporádico com um outro dente da outra roda.
Qual mecanismo de rodas dentadas de absoluta identidade na quantidade de dentes da cada roda, repousa a eterna chatice onde cada dente encontra reflectidos os mesmos dois dentes, todos os dias de manhã, ao espelho, um de um lado e o outro do outro, todos os dias, de manhã, ao espelho... sem sequer perceber que o mecanismo de rodas dentadas de absoluta identidade que mostra o dente do bem e o dente do mal nem sequer existe.
Qual mecanismo de diferentes rodas dentadas, este que permite o encontro entre os mesmos dois dentes, esporádico o tempo na distância e distante a regular equação que determina cada encontro, sendo tudo o resto apenas um contínuo desencontro... entre encontros que a seu tempo se confundirão, restando nada para além da espera ou da ilusão que nos pinta cada encontro como um só, uma só cor sem ver que em todos a cor é a mesma.
Qual mecanismo de rodas dentadas que diferem a cada grau de rotação, onde os dentes brotam e caem ao ritmo de cada pulsação e imprevisível é o encontro entre dois dentes, definido por uma fórmula caótica, uma mecânica própria que sempre nos transcenderá, pelo menos enquanto por aqui.
Apenas resta uma razão sem pejo de insanidade. Apenas uma visão onde se projecta a realidade. Resta apenas uma mão cheia de nada.
E saltar da roda. Saltar pelo mecanismo fora, através de rodas dentadas onde os dentes brotam e caem só por si. Saltar donde os dentes caem só porque não aprenderam a saltar.
Agora apenas tarda, a memória parda do silêncio que estourou na imagem daquela carta. Não a abri, como se mais não houvesse se a abrisse... E não havia!
Seria esta a derradeira não fosse o medo que sempre tive de a abrir.
Como podes reparar esta coisa a que chamamos vida tem uma mecânica própria que sempre nos transcenderá, pelo menos enquanto por aqui.
Qual mecanismo de rodas dentadas... e isto é iconografia do horizonte, ou já era, noutra era – será mito aquela coisa cerebral? – muito azul de sarja operária, puída ...
Qual mecanismo de rodas dentadas onde duas meras peças engrenadas... onde um dos dentes se encontra esporádico com um outro dente da outra roda.
Qual mecanismo de rodas dentadas de absoluta identidade na quantidade de dentes da cada roda, repousa a eterna chatice onde cada dente encontra reflectidos os mesmos dois dentes, todos os dias de manhã, ao espelho, um de um lado e o outro do outro, todos os dias, de manhã, ao espelho... sem sequer perceber que o mecanismo de rodas dentadas de absoluta identidade que mostra o dente do bem e o dente do mal nem sequer existe.
Qual mecanismo de diferentes rodas dentadas, este que permite o encontro entre os mesmos dois dentes, esporádico o tempo na distância e distante a regular equação que determina cada encontro, sendo tudo o resto apenas um contínuo desencontro... entre encontros que a seu tempo se confundirão, restando nada para além da espera ou da ilusão que nos pinta cada encontro como um só, uma só cor sem ver que em todos a cor é a mesma.
Qual mecanismo de rodas dentadas que diferem a cada grau de rotação, onde os dentes brotam e caem ao ritmo de cada pulsação e imprevisível é o encontro entre dois dentes, definido por uma fórmula caótica, uma mecânica própria que sempre nos transcenderá, pelo menos enquanto por aqui.
Apenas resta uma razão sem pejo de insanidade. Apenas uma visão onde se projecta a realidade. Resta apenas uma mão cheia de nada.
E saltar da roda. Saltar pelo mecanismo fora, através de rodas dentadas onde os dentes brotam e caem só por si. Saltar donde os dentes caem só porque não aprenderam a saltar.
Agora apenas tarda, a memória parda do silêncio que estourou na imagem daquela carta. Não a abri, como se mais não houvesse se a abrisse... E não havia!
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